terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A caminhada da luta pelas 30 horas



Quando o governo Lula lançou o decreto das 30h, os trabalhadores da UFSC fortaleceram ainda mais a luta pela redução da jornada, uma vez que um decreto de Fernando Henrique em 1995,  o Regime Jurídico Único e a própria Constituição também abriam possibilidade para horários diferenciados no serviço público. Foi criada uma campanha e iniciou o processo de esclarecimento dos trabalhadores sobre o decreto e sobre a possibilidade real de reduzir o tempo de trabalho para seis horas. Eram feitas reuniões setoriais, distribuição de bótons e camisetas, para que a luta tivesse visibilidade no campus. Nas outras universidades federais o processo de luta também começou a tomar corpo.

Mas, a reitoria, na época comandada por Rodolfo Pinto da Luz e Lúcio Botelho, tinha outro entendimento do decreto. Alegavam que só era possível garantir seis horas a setores bem específicos, como o HU, por exemplo. Os trabalhadores entendiam que não, que era possível estender a toda universidade. Foram longas discussões e batalhas jurídicas, tudo no bom e velho "enrroleichon" das autoridades. Quando Lúcio Botelho e Ariovaldo Bolzan assumiram a reitoria, o imbróglio continuou. A dupla recebeu os trabalhadores apenas uma vez e absolutamente nada avançou. Na gestão de Álvaro Prata e Paraná a enrolação continuou. Eles mantinham a mesma argumentação dos reitores anteriores de que o decreto valia apenas para alguns setores. Foram muitas reuniões, encontros e atos públicos, sem qualquer mudança no quadro.

Foi apenas em 2012, durante a greve da categoria e com a chegada de uma nova administração na UFSC, que o processo começou a andar. Por pressão de um grupo de trabalhadores foi criada uma comissão e desde aí iniciou-se um debate com a reitoria. Ao final da greve, os trabalhadores garantiram, com aprovação em assembleia geral, a instalação de um grupo composto por trabalhadores e representantes da administração para realizarem o redimensionamento do quadro da UFSC. A portaria saiu em 10 de outubro de 2012 e o grupo já começou a trabalhar. Para os trabalhadores o dimensionamento visa construir as condições para as seis horas em todos os setores da UFSC, garantindo assim, a isonomia de horário, uma vez que historicamente alguns setores já praticavam a forma de trabalho por turnos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário